A Universidade do Estado da Bahia (UNEB), através do Projeto de Extensão Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Especial e Inclusão (GEPEES), realizou o Primeiro Encontro Interinstitucional de Inclusão e Acessibilidade nos Espaços Educacionais.
Promovido pela UNEB, o Encontro contou com a parceria da Prefeitura de Juazeiro por meio da Secretaria de Educação e Juventude através do Núcleo de Apoios Psicossocial (NAPSI) – Espaço Humanizar, Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Especial e Inclusão (NUPESPI), Associação de Surdos de Juazeiro – BA (ASJB), Associação de Amigos do Autista do Vale do São Francisco (AAMAVASF), e Rotary Club de Juazeiro.
O encontro aconteceu de 31 de maio a 02 de junho, no Auditório Multimídia do Departamento de Ciências Humanas (DCH) e no Auditório Antônio Carlos Magalhães do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS).
Na programação, palestras e mesa redonda sobre os impasses e perspectivas, como o sucateamento da inclusão e acessibilidade na educação, a falta de investimento em multiprofissionais, as políticas públicas no âmbito nacional e local e o papel da Universidade no contexto atual da educação inclusiva e da acessibilidade.
Durante três dias estiveram reunidos professores de Atendimento Educacional Especializado e gestores da Rede de Educação de Juazeiro, docentes e discentes universitários e representantes de instituições ligadas à temática. Segundo a professora da UNEB e coordenadora do encontro, Silvia Benevides, o evento superou as expectativas com a participação de 175 pessoas. “A ideia foi criar um espaço de debates dentro do contexto das ações políticas e educacionais nos espaços de ensino do município de Juazeiro”, destaca.
Avanços e desafios
O Presidente do Conselho de Pessoas com Deficiência, José Wilson de Souza, reconhece os avanços dos dispositivos e das políticas inclusivas, no entanto ainda precisa melhor. “Há um distanciamento da teoria e da materialização da inclusão, e para mudar essa realidade deve-se falar de inclusão para quem está fora do contexto”, pontua.
No contexto do ensino superior, a coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre Educação Especial e Inclusão Nicoleta Mattos, do DEDC XV – Valença, destaca em sua fala que, apesar de universidades públicas, como a UNEB, prezarem pelo papel de inclusão e diversidade e começarem a implementar ações, ainda há muitas deficiências. “A educação inclusiva não deve ser reduzida somente a entrada das pessoas, ela não é resultado, é o processo”.
Lançamento de projeto de pesquisa pioneiro na região
O segundo dia do encontro também foi marcado pelo anúncio do projeto piloto, Plataforma Lorenzo, plataforma multiprofissional desenvolvida pelo Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Trata-se do aplicativo Canal Mais Saúde , nomeado de Lorenzo, em homenagem ao nome do filho com TEA de uma das criadoras da plataforma. O objetivo, segundo Yuri Miguel Macedo, integrante da equipe que idealizou o dispositivo digital é agregar profissionais da educação no processo de ensino-aprendizagem de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com a integração de profissionais da saúde.
As Redes de Ensino Municipal das cidades de Juazeiro e Petrolina foram as escolhidas para implantação do projeto piloto. A plataforma coletará informações sobre o estudante, tanto dos professores no Atendimento Educacional Especializado dentro das escolas, como dos profissionais da saúde e dos familiares.
Yuri Macedo, representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e responsável pela pesquisa, afirma que o papel da família é de grande importância em todo o processo. “A construção da educação inclusiva se dá pelo critério: escola, educação e família”.
Espaço de livros sobre a temática
Ainda teve o lançamento dos livros “Educação Especial em contextos educacionais inclusivos: Políticas, práticas e desafios”, “Inclusão e Acessibilidade Educacional: Ações e saberes” e “Educação de Surdos: Diretrizes, políticas e ações pedagógicas”, materiais produzidos pelo Projeto de Extensão GEPEES.
Texto: Katellyn Nascimento e Klébia Muricy / Fotos: Katellyn Nascimento/ Alexandre Santos