Na tarde da quarta-feira (08), ocorreu no Centro de Cultura João Gilberto, o seminário com a temática “A proteção ao Patrimônio Cultural e o Desenvolvimento da Cidade” e o lançamento da exposição “As Faces dos Artífices”.
O debate foi uma iniciática do Departamento de Ciências Humanas (DCH III) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus Juazeiro, com a contribuição do Colegiado de Engenharia Civil da UNIVASF, Comissão de Patrimônio e Memória do Conselho Municipal de Cultura, Ministério Público, Núcleo Territorial de Educação (NTE) e o Clube XV de setembro.
Durante o seminário foram discutidos temas como a legislação, a importância da preservação do patrimônio histórico-cultural de Juazeiro (BA), a atuação do Ministério Público na tutela do patrimônio arquitetônico-cultural e o papel do patrimônio como fator de desenvolvimento urbano.
Jomar Benvindo, presidente da câmara técnica de turismo, comentou a proposta do seminário. “Acredito que este evento de hoje tem uma importância estratégica relevante, não apenas para discutir princípios, fundamentos e leis, mas também para a sobrevivência do nosso território, não somente do Município de Juazeiro, mas de toda a região”, pontuou.
Ao final da conversação, foram elaboradas algumas sugestões de propostas que visam assegurar a preservação dos edifícios arquitetônicos da cidade, sendo elas: a criação de um fórum permanente para discutir o patrimônio de memória, a elaboração de um trabalho com educação patrimonial, o registro das manifestações e atuar de acordo com as propostas presentes no plano municipal.
A programação foi finalizada com a abertura da exposição “As Faces dos Artífices”, realizada pela UNEB através do Acervo da Sociedade Beneficente dos Artífices Juazeirenses. A mostra é composta por fotografias das faces dos indivíduos que integravam um dos clubes mais significativos na trajetória de Juazeiro (BA), destacando a importância dos membros na construção histórica da cidade.
Laís Lino, uma das organizadoras da exposição, falou sobre o trabalho desenvolvido. “Aqui é um recorte dos Artífices no período em que eles começam a atuar em 1930, os registros só começam basicamente da metade dos anos 30 até os anos 2000. Ainda não estão todas as imagens aqui, a gente tem um banco de imagens maior, a maioria precisou passar por uma restauração, porque estavam danificadas, mas a gente conseguiu fazer esse trabalho”, ressaltou.
Fundada em 1928 por Saul Rosas, um militante comunista, a Sociedade Beneficente dos Artífices Juazeirenses foi capaz, naquela época, de unir os trabalhadores locais e exercer influência na vida social, política e administrativa do município.
Filha de um dos membros da sociedade, Mirandilva Aguiar, contou como era sua relação com o clube. “Na minha infância eu vivi indo para o clube dos artistas e o clube dos Caçadores que meu pai era o Presidente e depois ele ainda colocou um sobrinho na tentativa de continuar a história dessas duas instituições, a gente participava de todas as festa e eventos em que a entrada de crianças era permitida”, relatou.
Texto: Alexandre Santos
Fotos: Ana Clara Menezes